quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Amor de mãe

Eis uma carta escrita pela psicografia de Robson Pinheiro por sua mãe, na Sociedade Espírita Everilda Batista, em 25/11/97. Comemorava-se então o quinto aniversário de fundação da Casa, ocasião em que se ingressava na fase final das obras da sede, oficialmente inaugurada em julho do ano seguinte, quando foi lançada a edição original deste livro — Sob a luz do luar, ainda sob o nome Caravana de luz. Pela importância de seu conteúdo, pelo tom exortativo e pelo discurso firme e claro, este texto tornou-se símbolo do espírito Everilda Batista, de seu papel e de sua forma de conduzir os trabalhos, bem como síntese do compromisso abraçado pela Casa que leva seu nome. Para os trabalhadores voluntários, a quem ela se dirige por extensão, a carta é diretriz a indicar a disposição de que se devem imbuir.


Meu filho, deus o abençoe.
Meu coração se alegra pelas oportunidades que a bondade do Senhor nos concede. Nossa tarefa junto aos corações se acha em pleno andamento. As sementes lançadas na intimidade das almas preveem um tempo de grandes colheitas no porvir. A hora ainda é de trabalho intenso, de sementeiras. Deus nos abençoa com oportunidades de trabalho que não podemos de forma alguma desprezar.

A Sociedade Espírita EverildaBatista passa por momentos graves, no que concerne ao futuro de nossos trabalhos. Encarnados e desencarnados se encontram em momentos de decisão. É importante manter a calma, a serenidade da alma e o equilíbrio íntimo.

Os espíritos sublimes que nos dirigem esperam de cada um de nós uma posição definida e definitiva em favor do bem. Lutas, dificuldades e provações fazem parte da jornada daquele que se propõe seguir ao Cristo. Jesus nunca nos prometeu facilidades na tarefa que temos a desempenhar. Mas os resultados no futuro compensam os esforços que empreendemos no presente.

Continuemos amando. O amor ainda é e continuará sendo a única maneira de crescermos. A força do exemplo é capaz de impulsionar a humanidade rumo às estrelas. Procuremos a dedicação à tarefa do Alto, amando, servindo e passando. Deixemos os resultados nas mãos do Senhor da Vida. Amemos sempre. Amemos mesmo que o amor signifique sofrer. Amemos ainda que o sofrimento nos leve ao sacrifício de nossas vidas. Amemos, ainda que o nosso amor seja incompreendido. Amemos trabalhando. Trabalhemos e nos mantenhamos no anonimato. Continuemos semeando amor — sem esperar respostas. A vida doa-se em tributos de amor sem esperar colheitas ou recompensas. A hora é de sementeiras. Outros regarão a plantação do amor, e ainda outros colherão os frutos. Todo resultado pertence a Deus, que tudo administra em favor de seus filhos.

Nossa visão é ainda muito estreita para que possamos aquilatar a grandeza da tarefa que o Senhor nos confiou. Se a morte abre as portas de nossas consciências para a realidade da vida imortal, ainda trazemos em nós muitos apegos terrenos, que impedem uma visão mais ampla da vida.

Nunca desista, meu filho!

Não detemos em nós o direito de retroceder, de estacionar ou de decepcionar aquelas almas superiores que confiam em nós. Não podemos nem devemos deter a marcha do progresso.
A pequena semente que hoje é lançada ao solo dos corações haverá de germinar e, conforme a intensidade do amor com que amarmos, essa sementinha crescerá até se transformar na árvore frondosa e frutífera, produzindo conforme a vontade do Senhor.

Meu filho muito amado! Não desanime, não desista.

Sejam as suas mãos a extensão das minhas mãos, para socorrer, amparar e servir a quem quer que delas precise. Dedique seus dias, sua juventude, suas forças e sua vida a servir em nome do Mestre. Nunca o comova o aplauso enganador dos homens nem o mova o brilho das moedas. Continue dedicando-se incondicionalmente à tarefa do Senhor. Não espere reconhecimento nem mesmo dos companheiros de trabalho, pois, se tal coisa se der, não deverá fazer parte de suas expectativas. A dedicação deve ser espontânea e sem objetivar recompensas. Tenha certeza de que conduziremos ao trabalho as pessoas certas, que compartilhem o sentimento do amor ao próximo e estejam sintonizados com a tarefa que abraçamos em nome do Mestre Jesus.

Não tenha a pretensão de agradar a todos. Nem Jesus o conseguiu! Basta-lhe ser fiel aos espíritos do Senhor e à sua consciência. Trabalhe, ore e confie.

Meu coração continua unido ao seu pelos mesmos laços de amor que nos ligam desde épocas remotas, que se perdem na noite profunda dos séculos, e que foram fortalecidos, na minha última existência, no papel de mãe.

Deixo aqui meu amor para sempre, a você e aos meus filhos espirituais.

Sua, sempre sua mãe, Everilda Batista.