quarta-feira, 13 de junho de 2012

Trecho de "Os dois lados do espelho", lançamento deste mês.





Em primeira mão, publicamos aqui um trecho do livro Os dois lados do espelho, de Robson Pinheiro pelo espírito de sua mãe Everilda Batista. Assinado pelo editor Leonardo Möller, o texto apresenta a obra e descreve um pouco da figura de Everilda, mãe e mulher. Boas leituras!


Everilda Batista: a mãe, a mulher
por leonardo möller


“Nunca disse que seria fácil. Disse apenas que compensava.”
Everilda Batista

Essa epígrafe transformou-se numa espécie de mantra da Sociedade Espírita Everilda Batista, instituição fundada por Robson Pinheiro em 1992. Tais palavras representam a essência da personalidade do espírito que é um dos coordenadores espirituais da instituição.

contato progressivo
Conheci Everilda Batista quando ela já estava no plano espiritual. Mas parece que não; tenho a nítida impressão de ser ela uma mulher, a Dona Everilda de minhas memórias — uma espécie de mãe emprestada, que logo vou rever, em sua casa no interior.
A princípio, as informações que recebia sobre Everilda Batista vinham dos histórias que seu filho Robson Pinheiro contava. Posteriormente, em desdobramento astral, pude encontrar-me com ela na dimensão extrafísica, embora minha lembrança indique serem raras tais ocasiões.
Tive então a oportunidade de conviver mais diretamente com ela numa das atividades que é seu xodó: a reunião de cartas consoladoras, na qual as pessoas vão buscar notícias dos familiares que já habitam o mundo espiritual. De forma regular e sistematizada, o médium Robson Pinheiro desempenha essa atividade desde 1999, furtando-se a ela apenas quando a saúde o impede. Invariavelmente, Everilda se faz presente nessas ocasiões, quase ao ponto de tomar literalmente a mão de seu filho, transmitindo-lhe o pensamento e os sentimentos dos espíritos.
Passados mais alguns anos, passei a conviver com a presença marcante de Everilda nas reuniões de evocação, que em nossa casa espírita é o jeito de fazermos terapia espiritual — ou desobsessão, para quem prefere. Nos momentos mais difíceis, quando parece que nada vai se desenrolar e que o espírito atendido não arredará pé de sua posição inflexível, ela surge.
A presença de Everilda Batista é puro amor — e quem me conhece sabe que não sou dado a pieguice e frases feitas. Mas abstenho-me de meus próprios preconceitos e reitero: ela é puro amor. Ao invocarmos seu auxílio, poucos são os espíritos que não se sensibilizam, ainda que inconscientemente, e novamente se tornam capazes de fazer contato com os próprios sentimentos. Afinal, há os que se encontram de tal forma endurecidos que a terapêutica é esta mesmo: voltar a sentir. Simplesmente essa função esteve desabilitada, em virtude da fuga desmedida de sua própria dor.

lentes do amor
Lembro-me de um dos primeiros episódios de patologias espirituais complexas registrados nos anais da Casa de Everilda Batista.
Jonas não suportava ver Juan, e em hipótese alguma dava as costas para ele. Juan, jeito pacato, enfrentava situações vexatórias em virtude da implicância fortuita, sem causa aparente. Jonas, que nunca fora dado a agressões físicas, chegou a despejar uma estante repleta de livros sobre Juan, após aplicar-lhe uma sucessão de golpes. O caso atingira o ápice do desequilíbrio; ambos eram fundadores da instituição.
Em uma assembleia administrativa, que reunia coordenadores das duas dimensões da vida, Everilda Batista, à sua maneira um tanto marota, indaga:
— Que brilho é este na nuca de Jonas?
Imediatamente Joseph Gleber, médico espiritual, um dos mentores da Casa, intervém. Everilda Batista, como quem não quer nada, tinha indicado a gênese do problema entre Jonas e Juan. Localizara um aparelho parasita, implantado no sistema nervoso central de Jonas.
Hoje há facilidade relativa em detectar a presença desses instrumentos, através do desdobramento induzido. Altamente tecnológicos, elaborados em laboratórios do astral inferior, tais aparelhos podem projetar imagens mentais poderosas em suas vítimas, possibilitando o domínio mental à distância, portanto sem a presença constante do chamado obsessor. Na época, entretanto, os médiuns desconheciam essas técnicas.
Como pôde Everilda identificar o artefato? Joseph Gleber revelaria, mais tarde, seu segredo:
— É que ela ama demais, e aprendeu a enxergar com as lentes do amor.

mulher do interior de minas
A dedicação de Everilda Batista já se fazia notada no desempenho da profissão de merendeira escolar, em Governador Valadares, leste de Minas Gerais. Até seu desencarne, aos 58 anos, relacionou-se bem tanto com a população de baixa renda quanto com a elite da cidade, que é das maiores do interior do estado.
Sem saber ler uma só linha, possuía conversa e postura elegantes, que desafiavam os conceitos de seu ambiente sociocultural. Mulher da periferia, conseguia arregimentar recursos para os mais empobrecidos, alimentar os famintos, adotar e educar filhos, dando-lhes moradia — apesar da remuneração fixa inferior a um salário mínimo por mês.
Everilda, que era meio viciada em trabalho, conseguia a todo instante estampar um sorriso no rosto, arrumar logo motivo para sonhar, trabalhar e agradecer. Porta-voz do bom ânimo e do otimismo, sabia usar da palavra — do sim e do não — para, de fato, educar.

quem é vivo sempre aparece
Minha história se encerra ao confessar que de uns tempos para cá tenho podido ver Everilda Batista de outro modo. É que atualmente ela se manifesta através de uma médium da Casa que leva seu nome. Essa outra mulher guarda também a marca da mulher empreendedora. Ao mesmo tempo, é doutora e doméstica, mãe, líder e educadora — sobremaneira fanática por trabalho. Por meio dela Everilda escreveu o prefácio desta obra.
Pensando bem, minha história não se encerra. Tem apenas reticências…

3 comentários:

  1. Concordo plenamente. https://picasaweb.google.com/115218929700102290325/June152012#5754295253859358546

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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