Em primeira mão, publicamos aqui um trecho do livro Os dois lados do espelho, de Robson Pinheiro pelo espírito de sua mãe Everilda Batista. Assinado pelo editor Leonardo Möller, o texto apresenta a obra e descreve um pouco da figura de Everilda, mãe e mulher. Boas leituras!
Everilda Batista: a mãe, a mulher
por leonardo möller
“Nunca
disse que seria fácil. Disse apenas que compensava.”
Everilda
Batista
Essa
epígrafe transformou-se numa espécie de mantra da Sociedade Espírita Everilda
Batista, instituição fundada por Robson Pinheiro em 1992. Tais palavras
representam a essência da personalidade do espírito que é um dos coordenadores
espirituais da instituição.
contato progressivo
Conheci
Everilda Batista quando ela já estava no plano espiritual. Mas parece que não;
tenho a nítida impressão de ser ela uma mulher, a Dona Everilda de minhas
memórias — uma espécie de mãe emprestada, que logo vou rever, em sua casa no
interior.
A
princípio, as informações que recebia sobre Everilda Batista vinham dos
histórias que seu filho Robson Pinheiro contava. Posteriormente, em
desdobramento astral, pude encontrar-me com ela na dimensão extrafísica, embora
minha lembrança indique serem raras tais ocasiões.
Tive
então a oportunidade de conviver mais diretamente com ela numa das atividades
que é seu xodó: a reunião de cartas consoladoras, na qual as pessoas vão buscar
notícias dos familiares que já habitam o mundo espiritual. De forma regular e
sistematizada, o médium Robson Pinheiro desempenha essa atividade desde 1999,
furtando-se a ela apenas quando a saúde o impede. Invariavelmente, Everilda se
faz presente nessas ocasiões, quase ao ponto de tomar literalmente a mão de seu
filho, transmitindo-lhe o pensamento e os sentimentos dos espíritos.
Passados
mais alguns anos, passei a conviver com a presença marcante de Everilda nas
reuniões de evocação, que em nossa casa espírita é o jeito de fazermos terapia
espiritual — ou desobsessão, para quem prefere. Nos momentos mais difíceis,
quando parece que nada vai se desenrolar e que o espírito atendido não arredará
pé de sua posição inflexível, ela surge.
A
presença de Everilda Batista é puro amor — e quem me conhece sabe que não sou
dado a pieguice e frases feitas. Mas abstenho-me de meus próprios preconceitos
e reitero: ela é puro amor. Ao invocarmos seu auxílio, poucos são os espíritos
que não se sensibilizam, ainda que inconscientemente, e novamente se tornam
capazes de fazer contato com os próprios sentimentos. Afinal, há os que se
encontram de tal forma endurecidos que a terapêutica é esta mesmo: voltar a
sentir. Simplesmente essa função esteve desabilitada, em virtude da fuga
desmedida de sua própria dor.
lentes do amor
Lembro-me
de um dos primeiros episódios de patologias espirituais complexas registrados
nos anais da Casa de Everilda Batista.
Jonas
não suportava ver Juan, e em hipótese alguma dava as costas para ele. Juan,
jeito pacato, enfrentava situações vexatórias em virtude da implicância
fortuita, sem causa aparente. Jonas, que nunca fora dado a agressões físicas,
chegou a despejar uma estante repleta de livros sobre Juan, após aplicar-lhe
uma sucessão de golpes. O caso atingira o ápice do desequilíbrio; ambos eram
fundadores da instituição.
Em
uma assembleia administrativa, que reunia coordenadores das duas dimensões da
vida, Everilda Batista, à sua maneira um tanto marota, indaga:
—
Que brilho é este na nuca de Jonas?
Imediatamente
Joseph Gleber, médico espiritual, um dos mentores da Casa, intervém. Everilda
Batista, como quem não quer nada, tinha indicado a gênese do problema entre
Jonas e Juan. Localizara um aparelho parasita, implantado no sistema nervoso
central de Jonas.
Hoje
há facilidade relativa em detectar a presença desses instrumentos, através do
desdobramento induzido. Altamente tecnológicos, elaborados em laboratórios do
astral inferior, tais aparelhos podem projetar imagens mentais poderosas em
suas vítimas, possibilitando o domínio mental à distância, portanto sem a
presença constante do chamado obsessor. Na época, entretanto, os médiuns
desconheciam essas técnicas.
Como
pôde Everilda identificar o artefato? Joseph Gleber revelaria, mais tarde, seu segredo:
—
É que ela ama demais, e aprendeu a enxergar com as lentes do amor.
mulher do interior de minas
A
dedicação de Everilda Batista já se fazia notada no desempenho da profissão de
merendeira escolar, em Governador Valadares, leste de Minas Gerais. Até seu
desencarne, aos 58 anos, relacionou-se bem tanto com a população de baixa renda
quanto com a elite da cidade, que é das maiores do interior do estado.
Sem
saber ler uma só linha, possuía conversa e postura elegantes, que desafiavam os
conceitos de seu ambiente sociocultural. Mulher da periferia, conseguia
arregimentar recursos para os mais empobrecidos, alimentar os famintos, adotar
e educar filhos, dando-lhes moradia — apesar da remuneração fixa inferior a um
salário mínimo por mês.
Everilda,
que era meio viciada em trabalho, conseguia a todo instante estampar um sorriso
no rosto, arrumar logo motivo para sonhar, trabalhar e agradecer. Porta-voz do
bom ânimo e do otimismo, sabia usar da palavra — do sim e do não — para, de
fato, educar.
quem é vivo sempre aparece
Minha
história se encerra ao confessar que de uns tempos para cá tenho podido ver
Everilda Batista de outro modo. É que atualmente ela se manifesta através de
uma médium da Casa que leva seu nome. Essa outra mulher guarda também a marca
da mulher empreendedora. Ao mesmo tempo, é doutora e doméstica, mãe, líder e
educadora — sobremaneira fanática por trabalho. Por meio dela Everilda escreveu
o prefácio desta obra.
Pensando
bem, minha história não se encerra. Tem apenas reticências…
Concordo plenamente. https://picasaweb.google.com/115218929700102290325/June152012#5754295253859358546
ResponderExcluirAdoramos a brincadeira! Abs!
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