segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Nós amamos o livro espírita.




Por Leonardo Möller


Com alguma frequência algum leitor afirma que nossos livros são caros. Sob certo ponto de vista, eles têm razão. De modo geral, livros no Brasil são caros, se compararmos aos preços praticados na Europa, por exemplo, embora as pesquisas do mercado editorial apontem uma tendência de queda no preço médio do livro, ano após ano, desde 2009. Gasolina é caro, carro é dos mais caros do mundo, iPhone e iPad também são recordistas por aqui.

O que nos chama a atenção é que parece mais comum ouvir que livros são caros do que carros e roupas, entre outros setores campeões de crescimento em nosso país, o que não é o caso do setor editorial e livreiro. Será que isso pode revelar uma escala de valores presente em nossa sociedade? Será que a grande oferta atual de eventos culturais gratuitos ou a preços simbólicos — porque feitos com dinheiro público, por meio da renúncia fiscal levada a efeito pelas leis de incentivo à cultura — fez a gente perder a noção de quanto custa produzir bens culturais? Pior: fez a gente perder a noção do valor que eles têm?

Se a reclamação provém de alguém mais ligado às ideias espiritualidade, não raro é acompanhada do seguinte raciocínio: “Os livros espíritas deveriam ser mais baratos para dar mais acesso a quem não tem dinheiro”. Será, mesmo? Vale sacrificar a qualidade do conteúdo e da apresentação para tratar a todos, indistintamente, como pobres ou vítimas sociais? Não é assim que se fazem iniciativas de inclusão da população de baixa renda. Desde os programas sociais oficiais como o Bolsa Família até a assistência beneficente, a maioria paga mais para que se redistribua àquele que tem muito pouco. Ou quem sabe imaginam que cabe ao produtor de cultura resolver um problema que é do país: a distribuição de renda?

Se você quer pagar menos por nosso livro, é mesmo pensando no outro? Porque, se for, talvez possa contribuir com a biblioteca pública de sua cidade ou de sua casa espírita, se houver uma. Estas, sim, são iniciativas que aumentam o acesso da população de baixa renda aos livros. Nós estamos fazendo a nossa parte. Os trabalhos sociais que ajudamos a realizar nos três núcleos beneficentes que integram, junto com a Casa dos Espíritos, a Universidade do Espírito de Minas Gerais (UniSpiritus), são feitos assim: os que podem pagam para que os que não podem recebam gratuitamente.

Ademais, acreditamos que o livro espírita deve ter cada vez mais qualidade, tanto do ponto de vista de preparação e cuidado com o texto, quanto do ponto de vista gráfico e editorial; conteúdo, apresentação e publicidade cada vez melhores. Nossa avidez por dinheiro, de que certo leitor nos acusa, é a avidez por empregar os recursos da venda de livros na divulgação cada vez maior das ideias espíritas e do ponto de vista que “nossos” espíritos apresentam sobre elas — o qual nos dá enorme entusiasmo e orgulho. Para isso, ambicionamos contratar os melhores profissionais e fornecedores, fazer o marketing bem feito, pagar todos os impostos e, sobretudo, valorizar os colaboradores e parceiros que se esforçam aqui na Editora e por todo o Brasil, e também no exterior, para fazer o livro chegar até você e muitos mais, remunerando-os justamente.

É só assim que a gente sabe trabalhar; a gente detesta coisa feia, texto mal revisado e espremido na página, tornando a leitura um desafio só pra economizar no papel. Não, livro pra gente não é como self-service, vendido a quilo — no caso, de papel. A gente ama livro lindo!

Querer o melhor para o espiritismo e os livros espíritas — se é disso que nos acusam, declaramo-nos culpados, de bom grado. Kardec, além de sustentar o trabalho que fazia com o direito autoral dos livros espíritas que escreveu, pôde, com eles, viabilizar a publicação de opúsculos vendidos a apenas 25 centavos de franco, a fim de popularizar a doutrina nascente. Nós temos iniciativa semelhante, sem cobrar nada, em nosso blog, sem falar do conteúdo produzido para a UniSpiritus ao longo desses 17 anos.

Se você acha que nosso livro não merece o investimento necessário, pare de reclamar e leia-os sem pagar um tostão em sites que oferecem downloads ilegais e de aspecto horroroso; certamente os encontrará na web em poucos cliques. Agora, se você gosta do espiritismo e quer vê-lo chegando a cada vez mais e mais pessoas, brilhando com cada vez mais qualidade, à altura da beleza da doutrina que nos inspira, tenha certeza: nós cuidamos bem da fração do seu dinheiro que chega até nós e nos esforçamos dia e noite para aplicar da melhor maneira o voto de confiança que ele representa. Afinal, são mais de 1,3 milhão de votos assim, de gente que comprou nossos livros.
A gente acredita no espiritismo — que nasceu com a publicação de um livro (e vendido a preço de mercado). A gente é apaixonado tanto pelas ideias espíritas quanto por livros e, por isso, gosta de investir nessas coisas. Definitivamente, a gente não vai sucatear a cara do espiritismo e fazer feio diante dos livros convencionais só para agradar aqueles que não acreditam que o os espíritos e o espiritismo merecem seus melhores investimentos. 

10 comentários:

  1. isso é a mais pura verdade , livros tem que ter qualidade para que leitor tenha o prazer de desfrutar de uma ótima leitura
    eu vejo qualidade de acabamento final e gráfico de primeira linha
    e não o preço . os livros de vocês são ótimos eu adoro , amei o texto

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  2. Excelente explanação Leonardo Möller. Caro é o preço que temos que pagar com nossa falta de cultura, de escrúpulos na política, de educação básica e de conhecimento, cuja moeda é o constrangimento, a violência e a miséria. Se alguns livros fossem avaliados pela finalidade e importância à educação, espírita ou não, a arte, o esmero, o cuidado, o trabalho editorial e os demais aspectos que o compõe, seria privilégio de poucos possuí-los.
    Definitivamente cada livro que li dessa editora trouxe um benefício que dinheiro não compra. Karle Suylan

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  3. Olá Leonardo

    Após 7 anos trabalhando com mídias sociais, cheguei à conclusão que nunca conseguiremos agradar a todos.

    Os livros da Casa dos Espíritos possuem uma diagramação impecável, são lindos e super confortáveis (ainda mais para quem, como eu, já anda usando lentes multifocais rs) e é claro que tal qualidade tem um custo, tanto para a editora quanto para o consumidor.

    Continuem na luta pelo espiritismo e na missão que lhes foi confiada pelos Imortais ;)

    Abraços, Juliana
    www.blogdolivroespirita.com

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  4. Belo texto. Parabéns pelo ótimo trabalho de edição dos seus livros! Dá gosto de ler!

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  5. Muito bom! Eu diria que vocês estão revolucionando o mercado editorial espirita e atingindo muitas pessoas que desconheciam o espiritismos, assim como eu.
    Ao ponto que muitas editoras se esforçam para colocar no mercado livros com baixa qualidade, letras espremidas, livros de dificel leitura e nada atraente para os leitores tudo em nome do custo, acabam por empobrecer a obra a qual merece todo o valor por conta dos nosso amados irmãos que se dedicaram a nos comunicar.
    No mais parabéns pelas edições e não vejo a hora de termos publicações para e-book. Os ebooks são muito práticos e tenho gostado pelo lado da praticidades deles ficariam muito contente em ter os livros desta casa...
    Valeu!

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  6. Eu amo os livros bonitos, uma capa bonita, sentir o papel em minhas mãos, etc......
    Achei a Cidade dos Espíritos um livro de qualidade e lindo, a textura do papel, a apresentação de cada capítulo.
    Vale a pena pagar mais caro sim.
    Amei

    Melina Passoni

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  7. Tenho q concordar com o Leonardo, os livros são de primeira qualidade, ótimas capas e acabamentos.
    e sem falar q eles atravessarão os séculos. seu smarthfone ou tablet farão o mesmo? daqui a 20 anos poderá vê-los cumprindo a função q devem hoje? certamente não, mas os livros... eles sempre serão fontes de conhecimentos e devem sim, ser valorizados!!!
    Quer ajudar quem não pode comprar para ler? faça como eu, compre, leia, e empreste!!!

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  8. Parabéns, Leonardo, mais uma vez dizes de modo claro e elegante verdades que algumas pessoas não gostariam de ouvir. Parabéns pelo trabalho desenvolvido na "Casa dos Espíritos", são livros que nos dão prazer ao ler tanto pelo conteúdo quanto pela forma.

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  9. É possível achar um equilíbrio. Editoras como a Companhia das Letras e várias outras editam os livros do seu catálogo em edições de bolso, mais simples e baratas. Eu posso pagar e continuarei a comprar as edições tradicionais, mas considero uma boa iniciativa o lançamento de edições populares.

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  10. Duvido muito que a mae do robson pinheiro a saudosa e gloriosa everilda batista a qual eu respeito e admiro demais ela aposto como ela mesma nao poderia comprar esse livros em virtude dela ter uma penca de filhos pra sustentar digo isso pq levo uma vida quase igual a dela pq ou eu compro os livros ou compro comida.Falo isso com muito orgulho em nome de todos aqueles que querem comprar um livro e nao podem pos os mesmos as vezes custam mais caros que uma cesta basica ou a feira da semana ou o supermercado,Porem com há muitas pessoas afortunadas eu queria pedir humildemente que fizesse um mutirao com livros usados e vendesses vossos livros com um preço mais baixo que o normal e depois revertessem o valor la pra casa everilda batista pra eles poderem sem manter.Pq levar conhecimento fornecer conhecimento ou passar o conhecimento adiante tambem é uma forma de caridade assim como mandam os bons espiritos para nao deixarmos as pessoas alienadas ou abobadas.Aqui em casa minha mae tem mais de 200 livros incluindo alguns livros do robson pinheiro do qual me orgulho muito de ter lido mais esses livros foram comprados de 2010 a 2013 com muito suor e esforço nosso as vezes emprestamos pra quem NAO TEM CONDIÇÕES PARA COMPRAR e as vezes tambem vendemos outros 3 ou 5 livros por 20 reais pra podermos comprar outros livros e assim vamos levando a vida.

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