sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Pierre Verger, o branco mais negro que já existiu — depois do Vinícius de Morais é claro.

Pierre Verger nasceu em Paris em 1902. Aos 30 anos de idade fez duas descobertas que mudariam o rumo de sua vida, uma foi a fotografia a outra sua paixão pelas viagens. Nos 14 anos seguintes viajou o mundo vivendo de suas imagens e de seu olhar peculiar sobre as diversas culturas que encontrava. Negociava as fotos com jornais, agências de notícias e centros de pesquisas, fazendo amizade com surrealistas da época e antropólogos em Paris. Desembarcou em Salvador na Bahia em 1946 e foi fisgado de vez pela hospitalidade e riqueza cultural que encontrou na cidade. Acabou ficando. Descobriu daí o candomblé e acreditou ter achado a razão da alegria e vitalidade do povo baiano. Tornou-se um estudioso do culto dos orixás.

Sua pesquisa o levou até a fonte de tudo na África, onde, graças ao seu contato prévio com a religião no Brasil, foi iniciado como babalaô. Recebeu o nome de Fatumbi e teve acesso às tradições orais dos iorubas, algo inimaginável até então a um branco, ainda mais estrangeiro. Verger nunca mais parou.

Fez importante ponte cultural entre Brasil e África, sempre exaltando a riqueza e beleza da cultura negra em seus negativos. Viveu em Salvador até sua morte em 1996, onde fundou a Fundação Pierre Verger que até hoje tem como tarefa a divulgação e continuação de seu trabalho. Em ocasião do lançamento de nosso livro inédito Negro, do médium Robson Pinheiro pelo espírito Pai João de Aruanda, achamos mais que pertinente mencionar o trabalho de Verger. Mais que isso, publicar aqui algumas de suas imagens que retratam com maestria a beleza e a poesia do que é ser negro
.






Nenhum comentário:

Postar um comentário